segunda-feira, 23 de abril de 2012

POEMAS 3X4


Reflexões sobre a pesquisa em “ Poemas 3 X 4”  e sobre o texto de Isabel Setti.
(por MARIA RITA SODRÉ)

A idéia da concepção da montagem veio da necessidade do grupo de explorar o universo dos poemas de maneira mais pessoal e íntima.
“Poemas 3 x 4” surge no momento em que o Grupo de Estudos Permanente começa a buscar a sua própria identidade. Depois se debruçar sobre a literatura não dramática, o grupo decide experimentar a reação da literatura dentro de si, o efeito direto que cada texto produz em cada ator.
O trabalho de encubação da peça consistiu em buscar – em um mundo delimitado da poesia- a reverberação em cada um dos atores e, a partir daí, selecionar e agrupar os poemas e os depoimentos pessoais consequentes.

Foi interessante perceber como a percepção do texto, quando recortada e destacada de forma tão ou mais importante que o próprio poema, é capaz de criar linhas de ligação entre as histórias, fazendo uma espécie de colagem que, finalizada, traz um sentido.
Tal sentido que  pode se dar pela identificação de quem assiste com os sentimentos colocados, pela identificação do ator com a sua própria percepção do texto e até mesmo pela “coreografia” de palavras ( e de ocupação do espaço) que se cria quando se juntam os poemas e os depoimentos.
O prazer no desenvolvimento  do trabalho não tira, no entanto, alguns obstáculos enfrentados ao se dedicar a esse tipo de criação. Questões como linearidade, sentido concreto, tempo de encenação e espaço; foram  enfrentadas durante todo o processo e ainda estão em pauta. Como “contar uma história’, através unicamente de poemas e depoimentos? Quais são os elementos realmente necessários em cena? De que maneira essas palavras devem ocupar o espaço da encenação?
São interrogações levantadas e ainda em discussão, como peças fundamentais do projeto.
*
Isabel Setti, defende a voz como sendo a reverberação da vontade e não apenas um instrumento do ator em cena. O trabalho de voz, segundo ela, está muito mais ligado ao trabalho do ator como indivíduo em ação, apontando um posicionamento no mundo, do que apenas uma ferramenta a ser cuidada e aprimorada.
A pesquisa desenvolvida pelo GEP, especialmente  no projeto “Poemas 3 x 4” , pode ser conectado à essa linha de pensamento, já que as palavras e a voz são os personagens principais da encenação. A voz não somente como veículo, mas como corpo sonoro, que carrega em si as lembranças, sensações e veracidades de todos os depoimentos e poemas.

“A voz é testemunho do passado tanto quanto indicador do porvir. Ela é a sua história, sua manifestação presente e seu potencial.” (pag.29)

Isabell coloca que, trabalhar a voz, implica em trabalhar sobre uma “herança”, sobre os vínculos que a fala expressa e revela – e é exatamente dessa forma que buscou-se  resgatar em cada ator durante os meses de pesquisa. 
Quando se tem como foco principal as linhas, as palavras, o texto, a qualidade com que esse material deve se apresentar e se desenvolver no palco é fundamental. Não existe trama direta e simples que possa prender o expectador do começo ao fim...o fio condutor são as sensações expostas e provocadas por meio da qualidade da execução da encenação. Assim, a clareza, presença e conexão dos corpos / falas / textos, deve ser impecável. Qualquer deslize compromete, sim, o resultado final. 
É interessante notar a maneira como Isabel se refera à “presença” e à “grandeza” em cena, que é fruto da interação dos  elementos:

“Clareza de objetivos, consciência da estrutura óssea, correspondência entre musculatura externa e interna, disponibilidade das vísceras, exploração das cavidades, alento, fluxos de energia, tônus e foco funcionam como uma orquestra que dilata o campo expressivo do ator, dando realidade à experiência poética. E o corpo da voz age.” (pag. 31)

O foco principal, ao se ater a cada detalhe do corpo e do espaço para se tornar presente em cena; é conseguir criar um campo de ação entre todos os presentes, dentro e fora do palco. O objetivo do “poemas 3 x 4” é exatamente esse, que deve ainda ser alcançado com exatidão, já que a peça depende desse campo de conexão para funcionar. “ O foco migrou daquele que fala para o acontecimento que, fazendo vibrar o espaço, contém e modifica a todos? Então a voz cumpriu o seu papel”.(pag. 31)
            E essa é a nossa busca.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O Alienista: vídeo do espetáculo

APRESENTAÇÃO DE ARARAS - SP (2011) CENTRO CULTURAL DE ARARAS

COM 
MARIA RITA SODRÉ 
SILVANA BELIZÁRIO
MARCO ANTONIO GARBELLINI

ASSIST. DIREÇÃO:
LUAN CHAVES

DIREÇÃO: 
MARCO ANTONIO GARBELLINI

PRODUÇÃO:
GRUPO DE ESTUDO PERMANENTE DO TEATRO
G.E.P.

FIGURINOS:
O GRUPO

MÚSICA: 
BEETHOVEN

TEXTO: 
MACHADO DE ASSIS

DRAMATURGIA:
HERCULES MAIA KOTSIFAS


               

quarta-feira, 29 de junho de 2011

CLUBE DO CONTO


O Grupo de Estudo Permanente do Teatro inicia dia 04/07 o projeto “O Clube do Conto”, tendo como principal objetivo divulgar autores contistas, de culturas diferentes e épocas, os quais dedicaram sua obra a elevar este estilo de literatura a sua máxima expressão.
1.    O projeto acontece na escola Prof. Angelo Martino - rua:  Humaitá, 536 - Bela Vista - São Paulo - SP . Reallizar um encontro com a comunidade que mora no entorno e os familiares da crianças que estudam na escola. Aumentar a afetividade e o vínculo entre a comunidade e a escola, através da contação de “estórias”, da tradição oral e de uma experiência de vida conjunta.
A atividade será dividida em três partes:

·        Primeira parte – apresentação prévia do autor, seu estilo e época em que viveu.
·        Segunda parte - leitura dramatizada do conto.
·        Terceira parte – debate e apreciação final sobre o autor e o conto apresentado.


Os encontros acontecerão toda primeira segunda feira do mês às 19:00, com duração aproximada de uma hora.
No dia 04/07, será realizada a leitura da obra “O Alienista”, de Machado de Assis, que faz parte do repertório do Grupo de Estudo Permanente do Teatro.
    • JULHO: O ALIENISTA DE MACHADO DE ASSIS
    • AGOSTO: GUY DE MAUPASSANT
    • SETEMBRO: FRANZ KAFKA
    • OUTUBRO: ANTON TCHECOV
    • NOVEMBRO: RYONOSUKE AKUTAGAWA
    O Projeto busca também realizar um trabalho “social”, de troca com a Escola Prof. Angelo Martino, a qual sede ao Grupo de Estudo Permanente um espaço para seus ensaios e suas pesquisas cênicas.
    Em um primeiro momento, serão convidados para participar do projeto os pais e professores da escola. Na seqüência, convidaremos moradores do entorno e pessoas que tenham interesse no projeto, sejam elas do entorno ou não.

    - Escola Prof. Angelo Martino: rua Humaitá, nº 536 – Bela Vista, São Paulo. O local é próximo ao teatro Oficina, uma rua abaixo do espaço dos Fofos e travessa da av. Brigadeiro Luiz Antônio.

    segunda-feira, 13 de junho de 2011

    iracema nas escolas




    Universidade de São Paulo
    Escola de Comunicação e Artes
    Sonoplastia I
    Prof. Fábio Cintra
    1º semestre de 2011 – Projeto Final – Entrega: dia
    Aluno: Luan Ferraz Chaves

    Iracema: do distanciamento ingênuo ao distanciamento poético

                Fomos convidados pelo Sesc Pinheiros para realizar uma série de três leituras dramáticas para obras do vestibular, dentre elas Iracema, de José de Alencar.
    Antes de iniciarmos os trabalhos, o desconforto em realizar essa obra era inegável: porque a fuvest mantém essa obra no vestibular? O que ela nos diz hoje, no século XXI?
                Antes de relermos (todos já havíamos lido anos antes), pretendíamos fazer uma leitura contemporânea sobre ela, no sentido de parodiá-la. Começaríamos a leitura dizendo ao público que nós, o Grupo de Estudo Permanente, acreditávamos ser irrealizável uma montagem tradicional de Iracema hoje, e a partir disso, construiríamos o restante do trabalho.
                Porém, ao reler o texto, percebemos que não era impossível montá-la. Questionamo-nos quanto ao fato de não enfrentarmos aquele material poético, e lidarmos com ele apenas através do enfrentamento. É cada vez mais comum no teatro contemporâneo, os grupos lidarem com as obras de forma distanciada logo de início, sem antes analisar profundamente o material, e ver o que dele pode surgir. Então, recusamos a proposta inicial, de trabalhar com Iracema já de forma distanciada desde o começo e resolvemos ver o que de potente havia no texto.
                Numa primeira conversa, percebemos inúmeras imagens interessantes construídas por Alencar e como o livro nos transporta para um outro lugar, como nos leva para uma outra atmosfera. Decidimos então trabalhar com uma linguagem que visasse a construção de imagens poéticas. Construir estações, que dessem conta de trazer a atmosfera onírica presente no livro. Não imagens que descrevessem ou ilustrassem a narrativa, mas que, em paralelo a ela, abrissem diferentes leituras e dialogassem com a essência de Iracema. Um casamento/sobreposição entre a leitura feita por uma narradora e as imagens apresentadas no palco.
                Apenas contar a história do livro seria muito pobre, para isso, valeria mais ler um resumo na internet. Mesmo lendo o livro, não tínhamos total clareza do enredo, para isso, foi necessário incessantes releituras minuciosas. Sabíamos que se caíssemos na armadilha de tentar contar a história do livro, muito provavelmente fracassaríamos. Decidimos nos focar na materialidade da cena – no opsis -, do que no enredo – no mithos – construído por Alencar. 
                A partir de um primeiro recorte dramatúrgico feito pelo diretor, iniciamos os processos de ensaios. Começamos a trabalhar com máscaras, uma para cada personagem do livro. Máscaras estilizadas, feitas com diferentes materiais moldados sobre uma máscara neutra. FIGURA MÁSCARAS
                Com elas, fomos improvisando e o diretor nos ia direcionando cada vez mais no sentido de limpar o máximo possível tudo o que fazíamos. E, aos poucos, fomos constituindo uma partitura corporal baseada na precisão e na limpeza.
                Por sermos apenas três atores em cena e no livro existirem mais personagens, uma das atrizes do grupo, a Silvana, passou a ser uma figura neutra, vestida toda de preto, que manipulava todas as máscaras, exceto as de Martim e Iracema, representados pelos outros dois atores.
                Já perto da apresentação, nosso diretor apontou um problema: “está faltando relação entre Martim e Iracema, algumas passagens estão mecânicas, falta vivacidade”. Diante disso, resolvemos experimentar tirar as máscaras. Repassamos a partitura que tínhamos, tentando a partir dela, criar mais relação entre nós. E, assim, conseguimos melhorar essas questões. Ao fim, tivemos Martim e Iracema sem máscara e os outros índios todos sendo representados por máscaras manipuladas (não colocadas no rosto) pela Silvana. FIGURA SILVANA MANIPULANDO MÁSCARA
                 Durante os ensaios, dividimos a leitura em duas partes, seguindo a divisão do próprio livro. Na primeira, a narrativa se passa nas serras (campos dos tabajaras) e na segunda, nas praias (campos dos pitiguaras).
                Na primeira parte, cumprimos o que havíamos nos proposto: criamos estações em acordo com as atmosferas propostas pelo livro, transportando o espectador para esse outro universo. Essa parte termina com uma guerra entre as duas tribos e com a fuga de Martim e Iracema para as praias.
    Na segunda parte, a dramaturgia se focou em deixar apenas o que fosse o essencial do essencial para o desenvolvimento da história. Ao fim da guerra, construímos a seguinte imagem: Martim mergulha o rosto e as mãos em uma bacia de sangue, se coloca de frente para o público e ali permanece até o fim. Aqui, decidimos mudar o tom da leitura, incluindo nossa análise sobre ela. IMGAGEM MARTIM
    Propomos uma quebra. A narradora que até então estava fora de cena, levanta e agora se dirige diretamente para o público, mudando o tom da leitura.
    Na seqüência da narrativa, Iracema dá a luz a Moacir (o primeiro mestiço nascido na terra americana) e morre. O bebê é representado por um pano que Iracema desamarra da cintura. Ela vai até Martim e coloca esse pano sobre seu rosto, o qual está ensangüentado. No final da leitura, temos uma última imagem: as máscaras das personagens (dos índios), as duas atrizes sentadas estáticas no fundo do palco e Martim com o rosto ensangüentado e o pano também ensangüentado no colo, símbolo do primeiro filho de europeu nas terras indígenas e da colonização. Ao lado, a narradora com o papel em mãos finaliza: “tudo passa sobre a terra”.        
    O que antes havíamos negado - o distanciamento sobre a obra – ressurge agora de forma potencializada e poética. Distanciamento nascido não de um enfretamento prévio com relação à obra, mas do próprio processo criativo.         

    Pesquisa Sonora

    Eu, como ator, fiquei responsável pela pesquisa sonora do trabalho, que partiu de trilhas hollywoodianas. Também em conversas, percebemos como Iracema, obra tipicamente romântica, dialoga com as estruturas da indústria cultural. Martim é o típico herói dos filmes – Bred Pitt, etc – e Iracema, a heroína, com seus lábios de mel e hálito de baunilha – Anjelina Jolie, etc. Que fricções poderia existir entre trilhas hollywoodianas e o nosso trabalho?
                A partir de duas trilhas: do filme Avatar e do filme A Missão, criei inúmeras faixas, através do programa Audacity, dividindo as faixas dessas trilhas em muitos pequenos pedaços. Por exemplo, dividi a primeira faixa do Avatar em seis novas faixas, cada uma contendo uma estrutura sonora diferente, uma mesma célula repetida várias vezes. Além disso, busquei na discografia do grupo Dead can Dance mais músicas, com as quais trabalhei da mesma forma. Foi interessante perceber que, apesar de serem filmes típicos da Industria Cultural, principalmente o Avatar, essas trilhas propõem uma mistura de sonoridades convencionais de filmes americanos e outras sonoridades interessantes e inusitadas. Para o trabalho, inconscientemente, foi essa segunda categoria de sons que mais adentraram ao processo.
                Fora isso, uma atriz do grupo trouxe cinco apitos, vindos da Bahia, feitos artesanalmente, cada um com uma sonoridade diferente. Durante o processo, coube ao diretor ficar com esses apitos e experimentar esses sons ao longo dos ensaios. Junto aos apitos, houve também um pandeiro. Esses elementos somados a trilha montada constituem a estrutura sonora do trabalho.

    quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

    APRESENTAÇÕES DE 2011


    INICIAMOS O ANO COM APRESENTAÇÃO DO ALIENISTA DA OBRA DE MACHADO DE ASSIS - DRAMATURGIA DE HERCULES MAIA KOTISIFAS - NO DIA 11 DE FEVEREIRO - NO TEATRO DE ARARAS - COM: SILVANA BELIZÁRIO - MARIA RITA SODRÉ E MARCO ANTONIO GARBELLINI.



    VAMOS DEDICAR ESTE SEMESTRE PARA APROFUNDAR OS PROJETOS EXISTENTES COMO O ALIENISTA - APÓS UM ANO COM O GRUPO DE ESTUDO PERMANENTE DIRECIONADO PARA PESQUISA DA OBRA DE JOÃO GUIMARÃES ROSA, TIVEMOS A NECESSIDADE DE  VERTICALIZAR ESTE TRABLHO  QUE COMEÇOU COMO "LEITURAS DRAMÁTICAS".

    ALGUNS DEPOIMENTOS QUE RECEBEMOS APÓS APRESENTAÇÃO EM REDES SOCIAIS COMO FACEBOOK E OUTROS:
    Oceano da RAZÃO ou Continente.... ???
    Amei O Alienista!!
    Estão de parabéns lindo trabalho...
    Sucesso para todos!
    Bjos
    MIRIAM CASTELLO 
    (FEV/2011)
    .........
    Agradeçemos pelo belo trabalho, 
    Parabéns e Abraços
    MUSSA DANIEL (SECRETÁRIO DE CULTURA DE ARARAS)

    Depoimentos

    (FEV/2011) Sobre o ensaio aberto que assisti  na Oficina de Atores Nilton Travesso
    Dois homens enclausurados na repetição cotidiana e mecânica de seus gestos. Enquanto um afia a sua lâmina de trabalho, o outro afia o aço de suas palavras, num mantra entorpecente que suspende os personagens para fora do plano de uma existência naturalista, adentrando-os no espaço-tempo circular e contínuo da fábula.

              Aos poucos, somos tragados para o interior deste hipnótico universo – de palhetas agrestes evocativas de tios Iauaretês, Riobaldos e Diadorins – e levados a testemunhar a estranha forma de amar que se estabelece entre eles. Amor masculino, desesperado e desamparado. Um amor entre brutos, que só encontra sua total expressão através da violência – explicitado pelo embate de músculos e, ao mesmo tempo atravessado pela fé redentora na palavra.
    A dramaturgia vigorosa e a atuação visceral de Marco Antônio Garbellini, acompanhado em cena por Lenadro Siqueira, faz de Querência um espetáculo obrigatório, que certamente merece ser visto e aplaudido por platéias mais amplas.

    João Luiz Guimarães – 2009 – Jornalista e Roteirista



    QUERÊNCIA


    Querência é o lugar onde sempre se retorna. Palavra significativa tanto em português quanto em espanhol, representa a intensa nostalgia de um obsidio, um lugar no mundo, para sempre perdido. É desse lugar que somos todos, ao mesmo tempo prisioneiros e estrangeiros.
    Nesta obra teatral os atores encenam com grande impacto a dialética intrasubjetiva entre o eterno retorno impossível e a voz que comanda e conduz o conflito dos supliciados falantes, esmagados entre o impulso de volver e os limites (neuróticos) que se instauraram para impedi-lo. Mesmo quando este mal-estar se faz social e se torna uma luta mortal ao melhor estilo hegeliano.
    Um espetáculo que vale a pena por colocar em cena a tragédia dos heróis solitários em que nos transformamos os humanos, buscando em Deus (hoje, Mercado e Ciência) uma ajuda extrema e a punição infinita, de modo concomitante. Como os penitentes que se auto-flagelam sob o imperativo das vozes de sereia das “incelenças”.
    Em suma, a Querência é o Princípio de Nirvana: a volta ao estado inorgânico. E à promessa de Paz.
    Por isso recomendo esta peça teatral.



    Arnaldo Domínguez – Lapa, SP, 26 de maio de 2009.
    (Psicanalista)



    Declaração
    Eu, André Augusto – técnico da programação cultural do Sesc Carmo - declaro que assisti os ensaios do Teatro dAdversydade – do espetáculo Querência de Marco Antonio  Garbellini com direção de Raquel Anastásia e que após este ensaio aberto e as reflexões que pude abordar com este projeto, onde questões existências são deflagradas com uma série de ações violentas, onde a relação de dois homens nos salta aos olhos pela impossibilidade total de comunicação e de um total abandono afetivo entre as personagens, denominadas no espetáculo como homem1  e homem2.
    A direção de Raquel Anastásia cria ao mesmo tempo imagens ásperas, violentas e poéticas e a dramaturgia de Garbellini - nos lança num território vasto e também carregado de poesia, com odores, soluços e o desespero de homens que foram tirados de suas vidas normais e lançados num arcabouço extremamente cruel e árido, onde são revelados para o espectador sem nenhum artifício seus sonhos suas crenças e seus desesperos. 
    O teatro dAdversydade com seu núcleo de criação: Raquel Anastasia, Marco Antonio Garbellini e Frederico Santiago, tem pesquisado o que nomeiam como Dramaturgia do Ator onde a poética e a preocupação estética aliada ao aspecto humano tem sido uma constante em seus trabalhos.

     Atenciosamente,


    André Augusto
    André Augusto Programação Cultural/ Sesc Carmo/SP-2009



    DECLARAÇÃO
    Declaro, que recebemos em nossa escola o Grupo de Estudo Permanente do Teatro dAdversydade, apresentação da leitura dramática - Auto da Barca do Inferno (Gil Vicente) como complementação de grande valia para o nosso currículo de artes e literatura. 
    Atenciosamente 

    Marcia Benedicto - coordenadora pedagógica
    E.E. EMILIANO AUGUSTO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE E MELO
    (2011) 


     Sobre apresentação no kva com a poeta 
    LUCIA SANTOS (2000)....

    Precisava de um ator para apresentar comigo o recital “Batom Vermelho”, com poemas do meu segundo livro. Através de um amigo  comum, fiquei conhecendo o Marco. A princípio, vi-o como um ator apaixonado pelo seu trabalho, com gana de aprender mais e mais, de saber não só do universo que lhe cerca, mas do que está além, “do outro lado do muro”, como diz um de seus poemas. E aí está a surpresa: descobri o Marco poeta. De sensibilidade aguçada, a percepção deste ator-poeta foi fundamental para nosso entrosamento em cena, e também fora dela. Era preciso uma cumplicidade que só com outro poeta eu teria. E tive.
    Como os poemas eram meus, eu já os tinha na ponta da língua (e da alma). Mas Marco precisava degusta-los, até apossar-se deles de forma simbiótica. E foi o que fez. Foi um trabalho minucioso, elaborado, que custou muitas noites de ensaio. Ele, sempre disciplinado, procurava não deixar furos, mesmo com tantos outros compromissos na sua agenda. E tudo isso, para uma única apresentação que duraria apenas 20 minutos. Mas valeu a pena tanto empenho. O publico que assistiu no Pub do KVA aplaudiu e aprovou. Garbellini não é só um ator, mas é também um poeta que sabe dizer poemas. Ainda que não sejam os seus. 


    LUCIA SANTOS
    S. PAULO, 24/08/00










    REF.: REFERÊNCIAS PROFISSIONAIS

    Prezado Senhores
    O Grupo de Estudo Permanente do Teatro dAdversydade, se apresentou em nossa Instituição de Ensino no dia 17 de Maio de 2011, fazendo parte do Projeto ProArte, na qual conduziu o espetáculo  O Alienista, baseado na obra de Machado de Assis, de maneira eficiente, demonstrando sua competência profissional, com dinamismo e interatividade com o público,  bem como  demonstrou demasiado conhecimento literário.
    Portanto, viemos por meio desta reafirmar nosso entendimento de que são qualidades suas: competência, dinamismo e  interatividade, pelo que procuramos recomendá-los como ótima referência de companhia teatral, na qual certamente terá muito a acrescentar ao seu público.


    Sem mais
    Janaina Mendonça Rodini
    Coordenadora de Projetos da Biblioteca
    CEU Parque Anhanguera


     MARCO,

    Foi uma satisfação em receber o Grupo de Estudo Permanente do Teatro dAdversydade, para a apresentação do espetáculo teatral: O Alienista de Machado de Assis, para os alunos da EMEF CEU Parque Anhanguera - Fundamental II (peça escolhida pela equipe da Biblioteca CEU Parque Anhanguera do Projeto ProArte) em 17/05/11 - 10h, neste equipamento.

    O elenco está de parabéns pela atuação teatral da obra de Machado de Assis, utilizando uma linguagem clara e divertida de encontro com a faixa etária presente; e principalmente pela interação com a platéia, resultando na participação e envolvimento com os alunos no evento.

    Segue anexo, o relatório da Equipe da Biblioteca, espero que ajudem vocês na divulgação do teatro.

    Desde já agradecemos e colocamo-nos a disposição o nosso teatro para ensaio e divulgação do trabalho de vocês. Sucesso!!!

    Atenciosamente,  

    Jacqueline K. Mikaro de Oliveira
    Coordenadora da Ação Cultural
    Núcleo de Ação Cultural
    CEU Parque Anhanguera

     
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    AUTO DA BARCA DO INFERNO DE GIL VICENTE NO SESC PINHEIROS  
    (MARÇO/2011)
    COM: LUAN CHAVES - MARIA RITA SODRÉ - MARCO ANTONIO GARBELLINI E SILVANA BELIZÁRIO 
    (PRODUÇÃO E FOTOS: PAULA LIBERATTI)


    APRESENTAÇÕES EM ABRIL/2011:

    AUTO DA BARCA DO INFERNO (GIL VICENTE) 


    MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS 


     COM: MARIA RITA SODRÉ - PAULA LIBERATI - SILVANA BELIZÁRIO - LUAN CHAVES - DIR. MARCO ANTONIO GARBELLINI 
    (PARTICIPAÇÃO ESPECIAL  DO MÚSICO ROBERTO ANZAI)

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    SESC-SP
    CARMO

    apresenta:






    CONTOS DE TERROR NA GALERIA DO ROCK
    com: SILVANA BELIZÁRIO, ANA CAVALHEIRO e
    MARCO ANTONIO GARBELLINI 
    (FOTOS: LUAN CHAVES) 

    quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

    Percepções do Grupo por Maria Rita Sodré

    Percepções do grupo (Maria Rita Sodré)

    Nos últimos meses, viemos descobrindo e explorando maneiras de criação e  potencializando estados dentro do universo do Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa. A leitura e a imersão deste mundo têm trazido descobertas e começado a apontar alguns caminhos a se seguir como norte da pesquisa a qual nos propusemos.
    Acredito que em meio a todos os experimentos, as questões das referências externas e interiores de cada ator se mostram um dos importantes alicerces no trabalho. Tanto a discussão de diferentes leituras e pontos de vista, como a alimentação constante de arte para preencher o “hospício” de imagens  sustentáveis. Com certeza, a transposição das referências para o trabalho em si ainda pode ser considerada desafiante, mas semana a semana creio que o grupo se aproxima mais de um caminho onde o fluxo de referências de dentro e de fora da obra trabalhada dialoga com clareza.
    Outro ponto que vem se tornando fundamental dentro do processo é  a investigação de certas trajetórias individuais por parte de cada ator: a mãe, o velho, a menina, a noiva... A cada encontro ampliamos e mudamos o horizonte dos contos, mas a espinha dorsal do trabalho de cada ator tem se desenvolvido e se alimentado de uma mesma fonte.
    Pouco a pouco também conseguimos começar a estabelecer um ritual de trabalho como grupo. A percepção do espaço, a leitura e trabalho de mesa do conto, o aquecimento e exercícios de consciência corporal, a preparação para o “hospício”, o “hospício’ e as reflexões finais. A conexão e dinâmica dentro do espaço criativo também começam a se estabelecer dia após dia.

    Percepções individuais

    No meu trabalho individual de pesquisa de ator, posso apontar alguns caminhos percorridos e já estabelecidos, dificuldades e metas. A base da investigação dentro do hospício tem tomado como base fundamentalmente a imagem da mãe – da mulher que foi abandonada. Mesmo transitando vez ou outra pelo estado e atmosfera infantil (e verticalizando nela a vivência da criança), a figura da mãe abandonada pelo homem é a que mais vem sendo construída e pesquisada. Alguns “lugares” já percorridos foram: a mãe grávida do homem que já morreu, o luto nauseante, o grito preso do abandono, mulher sexualizada/infantilizada, o bicho preso  da solidão que corroeu a mulher. 
    Como referência externa imagética, tenho estudado algumas imagens de Picasso, Goya, Monet e, na última semana, Rembraut; mas ainda sinto uma grande dificuldade em transportá-las de forma fluída e consistente para dentro do espaço de criação. A pesquisa da voz também tem sido uma busca desafiadora e que ainda não atingi - propor um registro vocal que saia do cotidiano e que ao mesmo tempo crie uma oposição interessante com o corpo e o estado vigentes.
    Percebi também a importância de uma partitura ritualística para o espaço criativo do hospício. Nos últimos encontros tenho buscado aprimorar essa disciplina para potencializar a capacidade de criação: primeiro um entendimento das imagens surgidas a parir do que foi lido, a forma como essas imagens ressoam corporalmente depois do aquecimento corporal e vocal, a percepção do espaço do círculo e do externo do hospício (cheiro, som, temperatura, objetos, ar), a percepção do estado do  ator e a transposição do estado do ator para o estado do conto investigado ( seguindo a “espinha dorsal” da pesquisa: a mãe abandonada)  

    sábado, 6 de novembro de 2010

    Protocolo Paula Liberatti



    Ingressei no Gurpo de Estudo Permanente dAdversydade no mês de Julho. Me interessei pelos exercícios e principalmente, o foco do grupo: estudar a oposição de estados, sempre trabalhando com o concreto e buscando os arquétipos, não os estereótipos!
    No segundo dia de trabalho com o grupo, discutimos bastante a questão do arquétipo, sendo que ficou para mim que é a "alma da coisa" não a forma; requer um trabalho de verticalização na pesquisa e para isso deve-se trabalhar uma possibilidade até ela se esgotar, por exemplo, quando nos vêem uma imagem, que traz sensações e provocam coisas dentro, e isso deve fluir até se esgotar. 
    Neste dia, meu exercício do “hospício” comecei tímida no chão, como diz o Marco: "blasé". Até que o próprio me deu a dica de usar elementos do flamenco, dança que pratico. E aí o exercício fluiu, porque ficou real, e aos poucos, sem forçar pela mente, foi surgindo uma estória, imagens, música e cores. E tudo isso, também devido ao uso do concreto, porque eu me preenchia e tudo o que fazia era “verdade”, e aí não tinha mais espaço em mim para a timidez, a vergonha, porque não tinha mais espaço para julgamento, pois não pensava mais de fora, e seguia os impulsos que vinham.
    E tudo isso me tornou potente e presente. VIVER - LÁ DENTRO - SENTIR - SE DISPOR - VERDADE - HUMANO 
    Depoimento que surgiu deste dia:
    "Que raiva me deu doce. Vagabunda, mentirosa, num é que me enganô direitinho?
    Agora tô aqui, num abandono, sozinha, como sempre num quis. Tão sozinha, só com eu mesmo, que nem o medo num fica mais com eu, não. Só o que restô foi esse chão imenso, duro e frio, mas que me acolheu. Aí que raiva me sobe em mim; que minhas mão tão prontinhas, cheias de vontade de ti mostrar a doloreza que elas sentem em mim. E que veio foi docê. Elas querem é devolvê procê. Isso sim. Essa raiveza que era todinha tua, que ocê se recameleixô toda e me traiu, mentiu pra todo o resto dos outros e me robô minhas coisas, minha casa, meu ómi, e me deixô assim, nessa situação de gente doida. E num é que eu acho que até doida já tô me ficando, mas é de doida de raiva docê. Aí que raiva que eu tenho docê."
    Do conto "As margens da Alegria", lendo em casa, anotei:
    - deslumbrava;
    -queria poder vir ainda mais vívido - as novas tantas coisas - 
    -só sons;
    -tinha qualquer coisa de calor, poder e flor, um transbordamento;
    -o menino riu, com todo o coração;
    -o menino repetia em íntimo o nome de cada coisa;
    -tudo se amaciava na tristeza;
    -o menino não entendia;
    -o vagalume;
    -era, outra vez em quando, a alegria;
    No hospício deste conto, eu trabalhei então:

    1-DESLUMBRAMENTO: daí desequilíbrio físico; querer; "olha", "cheiro da mão", "respirar muito para estar"; quero muito e abandono pois já me interesso por outra coisa (criança).
    2- OPOSTO: tudo é ruim, não quero estar aqui, nada me interessa - vai pro físico e tem uma raivinha " saí, me solta"/ birra: bato o pé, faço bico. volto a achar algo legal e me CONTAMINO (3).
    Do conto "A menina de lá":
    Na leitura do texto trabalhamos sempre diferir o narrador das situações narradas.
    Depoimento:
     "óia, hoje o céu está bonito e o povo lá feliz. Nóis é que tamo aqui debaixo dele triste. É que morreu Nhinhinha, a filha do cumpadre aqui da frente de casa. Tá todo mundo numa tristeza só; e zangado com Nosso Senhor, porque é marvadeza ter levado uma menina tão novinha e tão boa quanto Nhinhinha, que nunca havia de incomodar ninguém, sempre tão quietinha e bem portada. Uma graceza de menina. Tava sempre sorrindo sem muito rir, só de olho nas bonitezas da vida. Não fazia nunca pergunta, mas parecia em seus olhos que já sabia de tudo dessa vida. Tanto é verdade que ela adivinha das coisas que se iam acontecer. Ninguém afima isso não, pra proteger a menina, mas eu sei, porque sempre olhava la dentrinho dos olhos dela, e um dia ouvi mesmo ela dizer que tava indo lá pro céu visitar os parentes. Mas eu nunca que também disse nada, pois da menina Nhinhinha eu gostava. Eu sei que ela tá bem e vai pro céu alegrar, mas que dá uma peninha, ah, isso dá!"

    dia 09 de agosto trabalhamos o conto "Os irmãos Dagobé".
    Neste dia tínhamos como estímulo música.
    Depoimento:
     "Raiva, não consigo nem me mexer de raiva. Confusão. Me deixou aqui confuso. Toda essa maldade não é minha. Você me ensinou a tê-la. Vazio. Agora o que ficou foi um vazio no peito, em tudo. Não sei mais quem eu sou, como sou. Porque só sabia ser você. Culpa de sentir raiva de você, porque afinal você morreu. Dor da morte de um meu irmão, mas raiva de agora não saber quem sou."
     Deste dia, no hospício o que ficou para mim foi uma mulher seca, com raiva. Mas preciso trabalhar mais os opostos, sair do cotidiano, trazer “outro” corpo.
    Antes do hospício fizemos um exercício de ficar de joelhos engatinhando chamando os elementos (AGUÁ – FOGO – TERRA e AR) e depois o pai e a mãe. E depois, olhamos um nos olhos do outro enquanto Marco lia o conto, e daí partimos para o hospício já contaminados do clima do “enterro”. E foi muito proveitoso.
    O que ficou bem evidente este dia foi que quando você como “artista” propõe um outro tempo (como num ritual), o outro entra com você neste outro tempo. Diferentemente se você lidar com tudo como se fosse banal, aí ninguém se aproxima. É como nós, como intérpretes conduzimos o nosso ritual.
    Ainda no conto dos Irmãos Dagobé, descobri um urro de dor e raiva.
    Uma voz para este sentimento e este estado.

    Do conto "Nenhum, Nenhuma": 
     Continuei trabalhando a raiva e a secura. O amor com raiva (oposição). E estudando o conto para criar o depoimento pedido (separando narrador e estado/personagem) eu sublinhei:
     -"você ainda não sabe sofrer"
    -"como vivi e mudei, o passado mudou também. Se eu conseguir retomá-lo"
    -"e para que saber por que temos de morrer?"
    -"como se não fosse ninguém, ou se todos uma pessoa só; uma só vida fosse"
    "contra tudo o que sentisse o acompanhou"
    -irmãs solteironas: é como a situação do moço, que foi rejeitado por medo do amor do outro, por não confiar.
    -tenho concreto: atordoada, desesperada, falava ríspida, agarrava-se, andava em tropeço, apalpando como cego, escreveu um bilhete e guardou, torna-se viajor, confuso, chora
    -"será que posso viver sem dele me esquecer, até a grande hora?"
     Daí achei que: sou cigana, andarilha (trouxe o sempre caminhar): dureza, abdomen sempre contraído, movimentos secos, repentinos/ estou confusa, com raiva, meu amor não casou-se comigo porque tinha medo do amor, medo de amar, e do amor acabar.

    Depoimento:
     "Foi abandonada ao amor. Sozinha. Abandonada ao seu enorme amor. Por medo. Porque seu amado era também medo e covardia.
    - Contra tudo o que sentisse eu caminhei... será que posso viver sem dele me esquecer até a grande hora?"
     Deste conto, no dia 20 de agosto fizemos um hospício e aí cada um apresentou um depoimento. Um elemento que me trouxe muita descoberta foi o vestido de noiva. Juntando com tudo o que havia pesquisado (citado acima) e o vestido, e cantando uma canção de ninar (pedida pelo Marco) "se essa rua fosse minha", eu criei meu depoimento, num clima de abandono, raiva e secura, num corpo em outro ritmo além do cotidiano. 
    Mas ainda ficou para eu trabalhar: o corpo: mais energia mais densa, com o corpo mais tranquilo ainda, num andar lento e dentro borbulhando (oposição). a voz: mais tônus vocal, não a voz do cotidiano. E ter mais clareza na opção. Ação.

    Do trabalho do dia 23 de agosto:
     Desde que descobri o vestido de noiva, não o larguei mais. Ele tornou parte da minha pesquisa.
    Deste dia, anotei que: em cena aceitar quando o vazio vem. Quente dentro, frio fora. Bom o som “AI” que apareceu. Os gestos com os braços querendo alcançar o inalcançável. Este dia criamos uma sintonia no hospício. É SEMPRE DE DENTRO PARA FORA. Tem que sustentar a ação: ter foco, objetivo, concentração. Humanizar sempre. O universo de Guimarães é muito imagético: trazer imagens.

    • VERTICALIZAR. 
    Do dia 27 de agosto:
    Tivemos deste dia a tarefa de treinar a leitura em casa.
    • FISICALIZAR.
    Meu caminho: físico tranquilo, lento, com tônus, sair do cotidiano, físico oposto do dentro (da sensação).
    • NÃO COTIDIANO.
     Do dia 30 de agosto:
     Discutimos em sala, lendo textos que o Marco trouxe: Mito. 
    Estado=qualidade de ser Oposição traz uma resistência que me leva para outro estado.
    FLUXO: tem que ter uma sustentação interna para fluir.
    Dar o tempo de sentir, de ver o espaço/concreto.
    Liberdade para usar o tempo necessário para minhas ações se completarem.
    Roteiro de minhas ações/gesto.

    Do dia 03 de setembro:
     Conto "Sequência":
     "ela se desescondia dele"
    "tinha de perder de ganhar?"
    Nos exercícios trabalhei a oposição da frente do corpo querer ir e a parte de trás querer ficar (passado - eu - futuro).
    O animal foi o calango, mas ficou muito quadrado trazendo a imagem de uma “bonequinha” de caixinha de música. Este caminho não foi proveitoso, será? Voltar a pesquisa do corpo no tempo lento e fluidez sempre.
    Mas posso sempre deixar as costas viva, tendo a referência do que trabalhei no meu depoimento: "mesmo contra tudo o que sentisse eu caminhei".
    Depoimento de hoje:
     "eu tô indo. eu tô indo. pra lá. lá. onde isso vai dar? Não sei. Mas tô indo. Ah! Tô indo te encontrar, ah, você, tô vendo você! hum... mas não é. Passou como nuvem. Eu tô tão sozinha. Mas eu tô indo. Mesmo querendo ficar."